Saiba mais sobre o papel e os desafios dos Ecomuseus e museus comunitários na transição climática global. Por Ecomuseu da Ilha Grande.
O papel e os desafios dos Ecomuseus e museus comunitários na transição climática global. Ecomuseu da Ilha Grande representa ABREMC.
Gelsom Rozentino de Almeida
A partir das propostas das Nações Unidas,
da presente Conferência e do ICOM para os museus e os Objetivos para um Desenvolvimento
Sustentável sob o impacto das mudanças climáticas, devemos entender que os
ecomuseus e museus comunitários ocupam um lugar privilegiado para essas ações,
por sua proximidade com a comunidade.
Escassez
de água potável, aumento das inundações e do nível do mar, além da insegurança
alimentar, são consequências do impacto ambiental do desenvolvimento e
superexploração capitalistas, dentre as quais destacamos as mudanças
climáticas. Extinção de várias espécies, derretimento das geleiras e aumento do
nível do mar são apenas algumas das consequências dessas mudanças, são conclusões do novo relatório do Painel
Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, IPCC (2019 – dois mil e dezenove).
O aquecimento global já atingiu 1º C [um grau
Celsius] face aos níveis pré-industriais. Segundo a pesquisa, existem “provas
avassaladores de que isto tem consequências profundas para os ecossistemas e
para as pessoas.” O planeta Terra está sob forte ameaça. A
vida no planeta, a nossa vida e todas as formas de vida estão sob grande risco.
Tenho a honra de representar a Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários – ABREMC, que tem por missão fomentar a criação, fortalecimento, desenvolvimentos, apoio e divulgação dos ecomuseus, museus comunitários e processos similares ou nesse espírito. A ABREMC objetiva o apoio e valorização de processos, metodologias, conteúdos e redes em museologia comunitária por uma Nova Museologia no Brasil. Os ecomuseus e museus comunitários que integram a ABREMC consideram os Objetivos para um Desenvolvimento Sustentável como fundamentais em seus projetos e ações.
A Ilha Grande está localizada no Estado do Rio de
Janeiro, entre as duas maiores metrópoles do Brasil, Rio de Janeiro e São
Paulo, muito procurada por suas belíssimas praias. A Ilha Grande possui área
total de 193 Km² [cento e noventa e 3 quilômetros quadrados], com exuberante fauna
e flora nativas da Mata Atlântica, uma rica vida marinha e elevada diversidade
geomorfológica, dentre outras características particulares. Sua história é também
fortemente marcada pela presença do homem, cujos primeiros registros datam de
aproximadamente 3 mil anos, conforme testemunhos encontrados em sambaquis. Desde
o século XVI foram instaladas fazendas, um lazareto (hospital de quarentena) e
instituições carcerárias. Essas circunstâncias resultam em uma riqueza
ambiental, histórica e cultural que precisa ser conhecida e preservada. Todos estes fatores contribuíram para que a
Unesco, em 2019, reconhecesse a Ilha Grande como parte do primeiro sítio
brasileiro a ser considerado, simultaneamente, patrimônio cultural e de
biodiversidade, patrimônio mundial da humanidade.
Estou mostrando rapidamente algumas imagens da Ilha
Grande. Quem sabe elas aumentam a curiosidade e o interesse em nos visitar.
Em um lugar
tão especial como a Ilha Grande, com o seu valiosíssimo patrimônio ambiental,
cultural e histórico, com comunidades atuantes, não poderia ser criada uma
instituição tradicional.
O Ecomuseu
Ilha Grande é ao mesmo tempo um ecomuseu e um museu universitário, vinculado à
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O Ecomuseu Ilha Grande possui quatro núcleos:
·
Museu do Cárcere Está
instalado em prédios da antiga penitenciária. Tem como proposta servir como
fonte de reflexão sobre as políticas carcerárias e seus reflexos na sociedade
brasileira, a partir da história das sucessivas unidades penitenciárias da Ilha
Grande.
·
Museu do Meio Ambiente Está
localizado no prédio da antiga fazenda e depois penitenciária. Tem por objetivo
divulgar as pesquisas científicas desenvolvidas sobre a Ilha Grande, abordando
questões relativas à biodiversidade e o uso sustentável do meio ambiente.
·
Centro Multimídia Tem
como objetivo contribuir para a pesquisa, registro, divulgação e memória da
Ilha Grande em termos de patrimônio, história e cultura, por meio de mídias
digitais e acesso virtual.
·
Parque Botânico
Objetiva identificar, organizar e catalogar espécies vegetais a fim de
implantar um acervo de plantas vivas originárias da Ilha Grande. Essa coleção
ocupa a área do pátio interno da antiga penitenciária, realizando tratamento
paisagístico e técnico-científico para o cultivo de espécies da flora que sejam
testemunhos da história local.
Em termos gerais, os desafios a serem vencidos pelo
Ecomuseu Ilha Grande como um todo são os mais diversos. Por estar localizado em
ambiente insular requer cuidados específicos. Dada sua localização, a simples
tarefa da chegada de qualquer tipo de material ou compra, instalação e/ou
manutenção de qualquer equipamento no local envolve uma logística cuidadosa e
bem elaborada. Além disso, todos os materiais a serem utilizados, além de serem
ecologicamente adequados, não devem ser suscetíveis
à ação da maresia, entre outros aspectos.
O fato de estar em área protegida por legislação
ambiental agrega outras ações e cuidados adicionais. Todas as benfeitorias e/ou
reformas devem ser acompanhadas de projetos detalhados e de memorial descritivo
que, além dos aspectos técnicos, devem ser acrescidos da necessária aprovação
do órgão ambiental, responsável pela Ilha Grande - o Instituto Estadual do
Ambiente (INEA). No caso específico do Museu do Meio Ambiente outros aspectos
devem ser observados em sua implantação como edificação bioclimática. No uso de
telhado verde, por exemplo, além de todos os cuidados e detalhes de projeto, só
poderão ser utilizadas espécies nativas da Mata Atlântica, próprias do ambiente
local.
A missão do Ecomuseu Ilha Grande é
incorporar a comunidade como sujeito do processo de conservação e
desenvolvimento sustentável do território da Ilha Grande, por meio da
preservação, pesquisa, valorização e difusão da história, memória, cultura
e, identidade, locais, bem como do patrimônio natural, material e imaterial,
promovendo a reflexão e a ação consciente. Considerando a função social do
museu e da universidade, o Ecomuseu Ilha Grande atua como espaço que
proporciona o encontro de diferentes campos do saber, promovendo o estudo de
temas relevantes e estratégicos e a elucidação de problemas, de forma a
contribuir de maneira efetiva para o desenvolvimento científico, tecnológico,
econômico, ambiental e social do Estado do Rio de Janeiro. Assim, na interação
e integração de saberes, sujeitos e interesses, investe-se no poder
transformador do conhecimento e das suas próprias formas de produção,
possibilitando a realização de uma “ecologia de saberes”.
O Ecomuseu Ilha Grande tem
desempenhado uma função de mediador e interlocutor privilegiado junto às
comunidades e instituições. Neste sentido, a UERJ foca suas atividades
objetivando: 1) a preservação ambiental da Ilha Grande no que toca a sua
impressionante riqueza de fauna e flora; 2) o estudo deste meio ambiente nas
mais diversas áreas do conhecimento visando o avanço científico; 3) Atividades
visando o bem-estar dos moradores da Ilha Grande, bem como a evolução dos
padrões econômicos e sociais desta população.
Nos últimos anos, a Ilha Grande
transformou-se de área de segurança nacional em área de patrimônio mundial
da UNESCO, tendo a UERJ papel de destaque na conservação desse ambiente e
nesse reconhecimento. O Ecomuseu Ilha Grande desempenha um
papel fundamental nessa transformação. O antigo ambiente
carcerário transformou-se em um laboratório para o desenvolvimento de um
modelo que concilie os diversos usos deste espaço insular, em sintonia com
os pressupostos da conservação e sustentabilidade ambiental. O Ecomuseu
Ilha Grande é um museu que, com suas bases firmemente assentadas no
passado, convida a todos a vislumbrar o presente de forma sustentável e a
participar da construção de um futuro melhor e mais justo, em termos ambientais
e sociais.
Um poderoso instrumento utilizado
pelo Ecomuseu Ilha Grande para ações e projetos é a Agenda 2030 [dois mil e
trinta] Objetivos para um Desenvolvimento Sustentável. Todos os objetivos são
referências para nós, tendo como destaque o Objetivo 13 – “Ação contra a
Mudança Global do Clima” e suas metas, de forma indissociável com os demais
objetivos e metas.
O
projeto “Ecomuseu Recicla” foi criado a partir das preocupações com o crescimento
acelerado, desorganizado e irregular da Ilha Grande. O problema se acentua
principalmente nos meses do verão, quando a população aumenta consideravelmente
decorrente do fluxo intenso de turistas. Vários problemas estruturais se
agravam, principalmente, o acúmulo de lixo. A distância do continente dificulta
o descarte dos resíduos que, quando feito, acontece de forma desorganizada:
lixo orgânico e reciclável se misturam em balsas coletoras e são levados para
aterros a céu aberto no município de Angra dos Reis. Assim, apenas se translada
o problema, sem resolvê-lo ou, sequer, minimizá-lo. Em contato com moradores, a
equipe do Ecomuseu Ilha Grande percebeu iniciativas isoladas de coleta
seletiva, quando alguns moradores, cientes da importância da participação
individual, e por conta própria, fazem a separação dos resíduos em seus
domicílios. Porém, o que foi notado é que após algum tempo, o acúmulo de
materiais torna-se incompatível com as condições de armazenamento, e as pessoas
são levadas a descartá-los junto ao lixo comum, desperdiçando o investimento
realizado.
Contribuindo para
amenizar o problema do lixo, o projeto “Ecomuseu Recicla” tem oferecido à
comunidade da Ilha Grande, em especial da Vila Dois Rios, técnicas de produção
de artesanato consciente, que contribuem para a eliminação de carbono no meio
ambiente, assim como fonte alternativa de renda e como meio de divulgação
científica, já que o projeto está voltado para confecção de peças que
apresentem, de forma lúdica, representações da cultura, flora e fauna locais.
Este projeto eliminou o lixo PET em Vila Dois Rios e tem servido de modelo para
outras comunidades.
O uso de garrafas pet em
grande escala e o descarte inadequado contaminam os ecossistemas naturais. Em
ambientes insulares, este problema é consideravelmente agravado devido à
dificuldade de transporte dos resíduos para o continente, onde poderiam ser
reciclados. Para mitigar este impacto na Ilha Grande e, ao mesmo tempo, reduzir
o consumo de recursos naturais e gerar o mínimo de resíduos de degradação
lenta, um muro de garrafas PET vem sendo construído no Parque Botânico. Nesta
empreitada, serão economizados recursos financeiros referentes à aquisição de
materiais de construção convencionais e, ao mesmo tempo, serão reaproveitadas
cerca de oito mil garrafas pet. Espera-se com este subprojeto, auxiliar na
diminuição de resíduos sólidos, capacitar os moradores locais para o
desenvolvimento deste tipo de construção de menor impacto ambiental,
representando uma nova oportunidade de geração de emprego e renda e, ao mesmo
tempo, promover educação ambiental e conservação do meio ambiente. Assim,
atendemos o Objetivo 15: “Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a
desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda.” Mais
especificamente:
15.b Mobilizar significativamente
os recursos de todas as fontes e em todos os níveis, para financiar o manejo
florestal sustentável e proporcionar incentivos adequados aos países em
desenvolvimento, para promover o manejo florestal sustentável, inclusive para a
conservação e o reflorestamento.
15.a Mobilizar e aumentar
significativamente, a partir de todas as fontes, os recursos financeiros para a
conservação e o uso sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas
15.9 Até 2020, integrar os
valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e local,
nos processos de desenvolvimento, nas estratégias de redução da pobreza, e nos
sistemas de contas.
15.8 Até 2020, implementar
medidas para evitar a introdução e reduzir significativamente o impacto de
espécies exóticas invasoras em ecossistemas terrestres e aquáticos, e controlar
ou erradicar as espécies prioritárias.
15.6 Garantir uma repartição
justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos
genéticos, e promover o acesso adequado aos recursos genéticos.
15.5 Tomar medidas urgentes
e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais, estancar a
perda de biodiversidade e, até 2020, proteger e evitar a extinção de espécies
ameaçadas.
15.4 Até 2030, assegurar a
conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua biodiversidade, para
melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios, que são essenciais para o
desenvolvimento sustentável.
O Centro Multimídia adotou o Objetivo 11 que busca o
desenvolvimento e promoção de cidades e comunidades sustentáveis. Na construção
desse mundo melhor, desenvolvemos atividades voltadas para o reaproveitamento
de materiais descartados na natureza, como: o PET e o Tetra Pak. Realizamos
diversas oficinas visando contribuir com a redução do impacto desses elementos
na natureza e, paralelamente, atuamos juntos às comunidades promovendo
discussões e atividades de conscientização, especialmente com as crianças,
sobre a importância de preservarmos o ecossistema e, com ele, o bem-estar das
populações futuras. Ademais, estabelecemos importantes parcerias com grupos e
empresas que atuam com o reaproveitamento de recicláveis, potencializando a
remoção daqueles resíduos, incluindo o papel, irregularmente descartados no
meio ambiente.
O Ecomuseu Ilha Grande,
através do Museu do Meio Ambiente, atende a outros Objetivos para um
Desenvolvimento Sustentável. Para o Objetivo 14 (quatorze) – “Conservar e
promover o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para
o desenvolvimento sustentável” – realizamos os projetos:
Biodiversidade
marinha da Baía da Ilha Grande;
Biologia
Marinha: uma forma de contar as histórias do mar;
Monitomar:
Monitoramento marinho da baía da Ilha Grande.
Para o Objetivo 4 – “Assegurar a
educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todas e todos” – o Ecomuseu Ilha Grande tem
promovido cursos, oficinas, palestras, rodas de conversa e atividades diversas
para as comunidades da Ilha Grande, com informação científica de qualidade e em
linguagem acessível, estimulando também que os jovens se engajem na Ciência, incentivando
a qualificação e novos aprendizados de educação formal, educação ambiental e patrimonial,
cursos de idiomas.
Para
o Objetivo 5 – “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e
meninas” – temos o Projeto Meninas e Mulheres na Ciência.
A partir do Projeto Ecomuseu Ilha Grande e Turismo de Base Comunitária,
buscamos o Objetivo 1 – Erradicação da Pobreza, incentivando iniciativas locais
a desenvolveram produtos e utilizar a matéria prima local para geração de renda
e desenvolvimento local. Além, da valorização da história e cultura das
comunidades locais. O Projeto “Ecomuseu Ilha Grande e Turismo de Base
Comunitária” tem como proposta desenvolver ações que fomente e qualifique o
turismo na comunidade da Vila Dois Rios – Ilha Grande, integrando a comunidade
e universidade a partir da sustentabilidade social, econômica e ambiental.
Sendo o Ecomuseu Ilha Grande uma ferramenta de transformação social,
desenvolvimento local e turismo consciente.
O projeto “Ilha Grande e
Saúde Comunitária” está ligado ao Objetivo 3 – Saúde e Bem-Estar - tem como
proposta promover ações de cuidados preventivos de saúde às comunidades
isoladas da Ilha grande, incentivando o desenvolvimento de hábitos saudáveis de
saúde consciente e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das
comunidades de caráter educacional, social e cultural. Sendo o Ecomuseu Ilha
Grande um mediador, catalizador e propagador de ações que vise o bem-estar e a
integração da população e do meio em que vivem. Nos baseamos, no calendário do
Ministério da Saúde e as necessidades das comunidades locais, trazendo como
motor a saúde da família. A partir do 1º Encontro de Mulheres da Vila Dois
Rios, discutimos a papel da mulher na sociedade brasileira e sobre a sua
comunidade, desde articulações e melhorias locais, como sua autoestima,
cuidados e temas relacionados a violência contra mulher.
O
Projeto “Museu do Cárcere: Cultura e Liberdade”, vinculado ao Objetivo 16 -
Paz, Justiça e Instituições Eficazes -, tem como proposta registrar, preservar
e valorizar a memória prisional da comunidade da Vila Dois Rios, Ilha Grande –
RJ, a partir da iniciativa do Ecomuseu Ilha Grande/ Museu do Cárcere de
elaborar o “inventário humano” nestes moradores que trabalharam no presídio. O
inventário consiste nas entrevistas, registro fotográfico e vídeo dos
ex-funcionários, presos e seus familiares que ainda permanecem residindo no
local. Iremos montar uma exposição “Dois Rios em três tempos” que retratará as
histórias e memórias prisionais contadas pela comunidade a partir do olhar de
três gerações. O Projeto visa também a recuperação das antigas instalações do
presídio onde ficava localizada a enfermaria e ambulatório, e que será
destinado à construção do Espaço Nilcéa Freire “Cultura e Liberdade” no qual
serão realizadas atividades socioculturais e amostra expositiva de projetos
deste caráter que são desenvolvidos nos presídios brasileiros.
Outro evento importante relacionado ao respeito e
apoio aos direitos humanos foi o Encontro realizado no Museu do Cárcere,
relacionado ao respeito e apoio os direitos humanos e combate toda e qualquer
discriminação à diversidade. O Encontro dos Amigos de Infância de
Vila Dois Rios reuniu cerca de 50 filhos e familiares de funcionários e presos
do IPCM, que conviveram juntos nas décadas de 1970 e 1980.
Além,
disso são desenvolvidas discussões e reflexões sobre direitos humanos, como a
exposição “Seu Júlio e Assim Sucessivamente” que retrata a história do último
ex-preso da Ilha Grande e sua superação e mudança de vida. Além, da Escadaria
dos Direitos que trazem termos para refletir sobre os direitos humanos na
sociedade, é discutido conceitos como: liberdade, justiça, educação, cultura, igualdade, fraternidade,
solidariedade, respeito entre outros.
O Ecomuseu Ilha Grande é, ao mesmo
tempo, um ecomuseu e museu universitário, um museu que se vê crescentemente
integrando e integrado pela comunidade e território da Ilha Grande. Que se
apresenta como uma janela para o mundo e um portal para os diferentes tempos da
ilha. Dessa forma, articula os diferentes campos do conhecimento científico,
bem como os saberes populares das comunidades, contribuindo com as suas
experiências de estar numa área de forte presença e interface entre a história,
memória, cultura e meio ambiente. Lida de forma muitas vezes indissociável com
a história e memória prisional, com culturas tradicionais, como a caiçara,
indígena ou quilombola, com atividades extrativistas, com atividades turísticas
e atividades conservacionistas do meio ambiente. O Ecomuseu Ilha Grande se
propõe a ser uma “ponte” e estabelecer uma relação entre os diferentes atores
sociais, tais como universidade, prefeitura, parque estadual, setores
empresariais do turismo, associações de moradores, organizações
não-governamentais. É preciso ter a vontade de ouvir, conhecer e aprender
através de experiências, bem como compartilhar.
O Brasil sob o governo
Bolsonaro tem vido uma múltipla tragédia, desde o genocídio de 600 (seiscentos)
mil brasileiros por Covid, a volta da fome, da inflação, do desemprego, da
miséria, como do aumento do desmatamento e das queimadas que tem crescido
significativamente nos últimos 3 anos, principalmente na Amazônia. Precisamos
abordar a defesa do meio ambiente como parte inseparável do processo de
desenvolvimento nacional.
Diante
da gravidade da situação Global é preciso mais do que nunca compromissos e
ações climáticas globais efetivas que revertam os danos das mudanças
climáticas. Mas nós, do Ecomuseu Ilha Grande, bem como os demais ecomuseus e
museus comunitários, podemos e devemos fazer a nossa parte, junto com as
comunidades, através de ações locais e da articulação com outras forças que
possam contribuir para uma ação transformadora ainda maior. Pode não ser o
suficiente, mas não podemos deixar de fazer a nossa parte. Não podemos desistir
de fazer o melhor possível, não podemos desistir do planeta, não podemos
desistir da vida. "
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